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Turismo dispara mas salários não passam dos 632 euros

Setor do Turismo
Por Inês ALMEIDA hÁ¡ 7 anos

O turismo português depara-se com uma grande falta de mão-de-obra

 

O turismo em Portugal não pára de bater recordes desde 2014, mas infelizmente os salários dentro do setor não acompanham esta subida. Em 2017, o salário médio pago nas atividades de alojamento, restauração e similares rondava os 632 euros. Este valor é superior em 41 euros ao ordenado médio em 2014, quando o setor voltou a crescer, e mais 45 do que em 2011, quando o país precisou do resgate financeiro da Troika.

 

Apesar do parco crescimento do salário médio no setor, o turismo não podia estar a viver melhores dias em Portugal. Em 2017, o país recebeu 21 milhões de turistas, sendo que o setor já representava 7% da economia portuguesa em 2016, quando as receitas atingiram 12,6 mil milhões de euros. Ou seja, neste momento, as receitas do setor turístico são o dobro do que eram há dez anos.

 

O setor turístico a nível de empregos carateriza-se por ser pouco qualificado, com forte rotatividade de empregos e uma política de baixos salários. No entanto, Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), não concorda com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). "Se juntarmos à hotelaria e à restauração agências de viagens, companhias aéreas, aeroportos, operadores, campos de golfe, resorts... isto sobe", afirma.

 

“O ordenado-base, e é este que conta para as estatísticas, não tem nada que ver com o ordenado total", diz Francisco Calheiros. Este inclui “subsídios de noite, subsídios de sábado e domingo, de línguas ou de caixa". De acordo com a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), em 2016 praticavam-se "salários médios de 1035 euros, excluindo subsídios, designadamente de alimentação, e prémios sem caráter certo e permanente".

 

O setor turístico português depara-se com uma grande falta de mão-de-obra. Prevê-se que sejam precisos 40 mil trabalhadores em 2018, sem do que o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte considera que o cerne da questão são as condições oferecidas. "O problema são os salários baixos, más condições de trabalho, horários de trabalho, não pagamento de feriados, ritmos de trabalho, trabalho ilegal e clandestino, fumo do tabaco durante todo o período do trabalho".

 

Fonte: Diário de Notícias