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Sobreiro Assobiador, árvore premiada

Sobreiro Assobiador
Por JoÁ£o GALVÁƑO hÁ¡ 7 anos

Não deve haver muitos mais prémios para Portugal conquistar; desta vez foi o Sobreiro Assobiador, uma árvore, a ser distinguido

 

Tem 234 anos de idade e chamam-lhe Assobiador, porque as dezenas de aves que nele pousam fazem parecer que todo ele canta. É um sobreiro, vive em Águas de Moura, no concelho de Palmela e já era vivo nos tempos da Revolução Francesa. Ganhou na quarta-feira passada o título de Árvore Europeia de 2018, concurso que vai já na sua 8ª edição.

À esquerda o 2º lugar, os Ulmeiros ancestrais de Cabeza Buey, Espanha, e à esquerda o 3º prémio, com o Carvalho "Ancião das Florestas de Belgorod", Federação Russa

 

Havia 13 árvores europeias a concurso, e os critérios de escolha eram, para além da beleza do exemplar, a história e a ligação à comunidade. A votação decorreu online no site www.treeoftheyear.org entre 1 e 28 de fevereiro e o Sobreiro Assobiador arrecadou 26.606 votos. O segundo lugar, com 22.323 votos calhou à vizinha Espanha, que concorreu com um conjunto de ulmeiros em Cabeza Buey, e o 3º reconheceu o carvalho “Ancião das Floresta de Belgorod”, na Federação Russa, com 21.884 votos. No total a votação perfez cerca de 200.000 votos.

À esquerda o 4º lugar, o Castanheiro Sobrevivente de Zengovárkony, da Hungria, e à direita o 5º lugar, o Carvalho Gilwell, do Reino Unido

 

O Sobreiro Assobiador já foi descortiçado mais de vinte vezes, e para além deste seu evidente contributo para a indústria, é participante ativo no equilíbrio dos sistemas naturais rodeantes, e infinitamente mais relevante, como em todas as suas congéneres, é impossível quantificar o seu impacto na manutenção do ecossistema local.

À esquerda o 6º lugar, a Macieira de Bosáca, da Eslováquia, e à direita o 7º lugar, o Plátano Maciço de Trsteno, da Croácia

 

O Assobiador está classificado com “Árvore de Interesse Público” desde 1988 e está inscrito no Livro de Recordes do Guiness como “O Maior Sobreiro do Mundo”. Tem cerca de 17 metros de altura e um diâmetro de copa com 30 metros.

À esquerda o 8º lugar, as Sequóias de Yuchbunar, da Bulgária, e à direita o 9º lugar, a Nogueira de Kvasice, da República Checa

 

 O Assobiador foi o exemplar português escolhido para ir a concurso pela UNAC – União da Floresta Mediterrânica, e é de certa forma uma bandeira da floresta nacional. Para além de ser uma importante fonte de rendimento local e nacional – a fileira da cortiça exportou em 2017 perto de 1000 milhões de euros – há ainda uma não menos importante razão territorial: a existência de sobreiros e da respetiva indústria corticeira permitem fixar populações e produtores, e todo um tecido social e económico que deles derivam.

À esquerda o 10º lugar, o Abeto das Bruxas da Lituânia, e à direita o 11º lugar, o Choupo Helena, da Polónia

 

Há ainda implicações ambientais e ecológicas diretas, pois o montado – o plano onde crescem os sobreiros – é o suporte do habitat  de espécies como o lince ibérico ou a águia real. E tendo como pano de fundo os trágicos incêndios do ano passado, não esqueçamos a importância da manutenção do montado como uma frente natural contra os fogos florestais, uma vez que elas são árvores especializadas na resistência ao fogo e a tipologia deste tipo de território é uma atenuante na velocidade a que as chamas se propagam.

À esquerda o 12º lugar, a Tília do País Antigo, da Bélgica e à direita o 13º lugar, o Carvalho de Cajvana, da Roménia

 

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Imagens do site oficial do concurso