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Bordado de Castelo Branco tem Centro de Interpretação

Centro de Interpretação do Bordado
Por JoÁ£o GALVÁƑO hÁ¡ 7 anos

Este Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco é só mais uma laçada no caminho do sucesso

 

Com Certificação de Origem já garantida e a Candidatura a Património Imaterial da Humanidade a caminho, o Bordado de Castelo Branco tem neste Centro de Interpretação a terceira estância que o Município de Castelo Branco lhe dedica.

As colchas bordadas antigas e as respetivas oficinas de restauro podem ser visitadas no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, juntamente com a coleção arqueológica recolhida pelo arqueólogo que dá nome ao Museu, e o espólio vindo do Paço Episcopal. O edifício do Museu, que vale por si bem a visita, ocupa o espaço deste antigo Paço.

 

O segundo ponto da história contada do bordado de Castelo Branco é o Museu da Seda, onde se aprende tudo sobre a matéria prima principal do bordado, desde o ciclo da fibra, passando pela Rota da Seda, até ao produto final.

O Centro de Interpretação do Bordado é a mais recente adenda a esta pequena rota cultural que se percorre facilmente pelas ruas da cidade de Castelo Branco; abriu para revalorizar, recuperar, inovar e relançar esta arte antiga e única, assumidamente um ex-libris da cidade e do concelho.

 

Para alem do espaço museológico e da loja, o edifício acolhe ainda a Oficina-Escola do Bordado de Castelo Branco, onde o visitante pode ver as exímias artistas trabalhando ao vivo.

 

A base do bordado, especialmente das colchas, as peças mais conhecidas e mais numerosas, é o linho, matéria prima tradicional da região. A seda, que constrói sobre ele o bordado, era também aqui costumeira, pelo elevado número de amoreiras, alimento favorito dos bichos-da-seda, ao ponto de ser produto maior na região já no século XVIII.

 

Não é um bordado ‘intelectual’, nem palaciano. É de desenho rural, simples e ingénuo, mas de grande efeito decorativo e numa linguagem só sua. Teve no século XVIII o seu maior crescimento, muito graças à visão que o primeiro-ministro, o Marquês de Pombal, tinha para a economia nacional. À imagem do que fazia o seu congénere Colbert, em França, com as tapeçarias de Gobelins, o Marquês mandou plantar amoreiras e criar bichos-da-seda em várias cidades do país, e Castelo Branco terá também lucrado com esta atitude politica.

 

Mas se Gobelins tinha Le Brun para lhes desenhar os cartões, os albicastrenses tinham-se apenas a si para o fazer. Daí certamente o tal desenho ingénuo, mas nem por isso menor, bem pelo contrario.

A relação do município de Castelo Branco com o seu bordado é exemplo de uma atitude de defesa patrimonial em que toda a gente sai a ganhar: defender, preservar e divulgar o terroir é a melhor forma de atrair turistas com aquilo que esta terra oferece e nenhuma outra tem. Especialmente se a terra for interior e longe dos centros de decisão.

 

Uma das benesses que o destino retornou à relação estreita entre o bordado e o município foi ter sido aquele escolhido para decorar, com 4 grandes painéis bordados, os altares da Catedral de Manchester no ano que passou. E foram as bordadeiras que podemos visitar no Centro de Interpretação que os realizaram, levando assim mais longe uma arte tão local.

 

Centro de Interpretação do Bordado

Praça Camões

6000-116 Castelo Branco

272 323 402

terça a domingo 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00

 

 

Imagens do site oficial da Câmara Municipal de Castelo Branco